Difícil
é guardar-te na parede
sem o cheiro sequer do teu
cansaço.
E os meus dedos cravados na
moldura,
imaginar-te partir sem um abraço.
Difícil
é colar o meu ouvido ao teu medo
e fingir que, distraída, não ouvi.
Passar os olhos de pavor pela parede
e sentir que esse pavor vinha de
ti.
Difícil
é deixar cair o choro
no silêncio da parede que o
colheu.
Encostar o teu retrato ao meu
peito
e pensar que o meu choro era o
teu.
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