segunda-feira, 7 de março de 2022

 


Arranquem o meu nome do chão,

sacudam-me as raízes

e desliguem o som,

que eu quero apagar

os fantasmas

que me dançam no cérebro.

 

 

Contemplem o sabor da morte,

mas encerrem a rotação da terra,

que eu tenho vergonha

que alguém dê pela nossa sombra.

 

Maria da Fonte

quinta-feira, 3 de março de 2022

                                                                      





Já quase não há meninos

por esses lados.

Chegam irremediavelmente sós

 com uma lista de sonhos.

 

Por aqui, as prateleiras ficam altas

e os artigos andam fora de lugar.

 

Não sei se os meninos sabem de cor

 as hipotecas,

se os pais esperam pelo almoço,

 

nem sequer se haverá tempo

para os aviar.

 

Maria da Fonte