segunda-feira, 1 de junho de 2020



Era um quarto num rés do chão
muito acanhado,
de parede em pladur
e piso revestido,
quebrado por uma organza cinza fosco
e o tímido sorriso de um postigo.

Em todos os placares da minha rua,
era um quarto desgarrado
onde imagino
uma janela aberta sobre o peito
e o olhar sem tamanho

do inquilino.

Maria da Fonte