Quando eu nasci, as manhãs chegavam,
sem o estudo do mercado,
com as horas fermentadas
e sabor a feijão branco.
Quando eu nasci, a voz de minha mãe
subia a passo firme
pelas janelas
e o céu andava sempre pelos telhados.
Depois, chegaram os outros
e alguém se lembrou
de me dizer que a terra vacilava
e o sol nem se movia.
Foi então que eu, já tão morta de cansaço
e já tão desgovernada,
saí sozinha de casa
e caí na poesia.
Maria da Fonte
E caiu muito bem, já que a sua poesia é muito boa e recomenda-se.
ResponderEliminarJá há muito tempo que não nos "víamos". Gostei que me tivesse visitado há dias, pois só assim me fez lembrar que já fomos assíduos visitantes um do outro.
Tenha uma ótima semana.
Beijo.