terça-feira, 8 de julho de 2025

 


Faz-te de barro,

frágil como um jarro.

Cheia de medos

e angústias sem nome.

 

Contrai o peito,

arquiva os desaires,

impulsiona a dor até ao chão.

 

Com a palavra mais longa do mercado,

carrega o verbo,

pontua a desgraça.

 

Se ainda houver

quem te não reconheça,

põe-te de cócaras.

 

E, num punhado azedo

de metáforas,

retoca a sombra

redonda dos teus dias.


Maria da Fonte

Imagem retirada da internet

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