No poema
o mundo embaraça. Não
dá jeito nenhum
em nenhum lado. Na mesa destoa da jarra e do retrato,
nas gavetas fica enorme e é pesado.
Atirava-o sorrateiramente pela janela,
como quem deixa cair a bola ao chão. Escondia-o
debaixo do tapete ou
prendia-o pela corrente ao meu portão.
E não é que eu seja impertinente, desleixada, impaciente
ou de má raça, mas é
que, sempre que entra
no poema, o mundo esperneia e faz pirraça.
Maria da Fonte
Quase exatamente a minha ideia sobre o assunto
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