quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

 


                                                                                            Talvez a mão esquerda

vá sem jeito

e a direita não seja mais o que era.

 

Talvez uma estrela mais a norte,

ou a norte a luz que entendas seja rara.

  

Talvez o declive do teu braço

seja o acaso ou só delicadeza,

e o tempo que medeia cada traço

seja a brisa que te leva ou te separa.

  

Talvez o engenho, meu amigo,

esteja na arte da saber arredondar

as formas planas do teu dia

no rosto limpo

da pedra lapidar.


Maria da Fonte 


1 comentário:

  1. Boa noite Maria,
    Muito obrigada pela sua visita.
    Gostei imenso deste magnífico poema!
    Um beijinho e fico à espera do próximo.
    Beijinhos e bom fim de semana.
    Emília

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