Na terra dos outros,
calçam-nos sapatos alcatroados,
recortam-nos horas pelas costuras,
ajustam-nos tamanhos corriqueiros.
Uma casa de pedra, uma mesa redonda,
um chá que nos espera.
Se pela janela o infinito traz forma de tudo,
correm-se as cortinas.
A vida há de caber num fio de terra.
E, ainda que num abraço demorado,
treina-se o bolero.
Na terra dos outros,
Se eu fosse só eu, morria de desespero.
Maria da Fonte
Kumi Yamashita, as luzes e as sombras
Lindo poetar!
ResponderEliminar"...Na terra dos outros/ Se fosse só eu, morria de desespero..." Amei!
Abraços apertados!
Basta abrires a janela para te recolheres na profundidade do sentir.
ResponderEliminarBelo, Maria da Fonte!
Beijinho.
Oh MARIA DA FONTE por onde andas, querida amiga?
ResponderEliminarNa terra dos outros donde não te deixam saír?
Como Maria da Fonte que és, abre todos os postigos e frestas para dares o teu grito até que o alcatroado se abra.
Belíssimo poema, como já se espera!
Abraço cheio de saudades!
...E UM ÓTIMO 2017!
ResponderEliminar"A terra dos outros" é sempre chão de areia movediça.
ResponderEliminarPrecisamos de cautela, pisar com jeito.ao invés de sombra acendemos a luz. Beijinho