
Na terra dos outros,
calçam-nos sapatos alcatroados,
recortam-nos horas pelas costuras,
ajustam-nos tamanhos corriqueiros.
Uma casa de pedra, uma mesa redonda,
um chá que nos espera.
Se pela janela o infinito traz forma de tudo,
correm-se as cortinas.
A vida há de caber num fio de terra.
E, ainda que num abraço demorado,
treina-se o bolero.
Na terra dos outros,
Se eu fosse só eu, morria de desespero.
Maria da Fonte
Kumi Yamashita, as luzes e as sombras