terça-feira, 18 de janeiro de 2022


 

«Dobrada entre os crocodilos»

(Adília Lopes)

 

Sempre que a noite vem de véspera,

enrosca-se como um embrião,

deixa cair os braços

na neblina,

os olhos perdem-se na rota.

 

As palavras param no vagar dos gestos,

as horas morrem-lhe na boca.

 

E como se não bastassem

as calças puídas

 e a sombra tímida nos dedos,

os dias afundam-se nos bolsos.

 

A ausência chega rouca.

 

Maria da Fonte

 

1 comentário:

  1. Bom dia Maria da Fonte. Agradeço pela visita ao meu nano-fúndio digital bloguístico da Babilônia, aqui do outro lado do Atlântico.
    www.babilonia.blospot.com
    Um abraço poético!!

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