terça-feira, 31 de agosto de 2021

 


Por encomenda, articularam-me os gestos.

A rotina de uma mulher sem rosto

que arruma o olhar no fundo da gaveta.

 

Aproveitei as correntes de ar,

dei formas às cortinas,

eco aos pássaros

e carreguei os sonhos para parte incerta.

 

Se me perguntarem o que sobrou de mim,

um espaço despido

nas ranhuras da mão,

um voo nos bolsos

e o amor a uma distância incalculável.

 

Maria da Fonte

1 comentário:

  1. Linda Maria da Fonte,
    Teu poema é meio amargo,
    Mas esse detalhe eu largo
    Ao largo ao largo fronte
    Como se fosse defronte
    Tua linda poesia
    Que muito encanto irradia
    E se transforma em semente
    Multiplicadora, um ente
    Dando amor à alma vazia!

    Parabéns, Maria! És a própria poesia! Abraço fraterno. Laerte.

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