Por encomenda, articularam-me os gestos.
A rotina de uma mulher sem rosto
que arruma o olhar no fundo da gaveta.
Aproveitei as correntes de ar,
dei formas às cortinas,
eco aos pássaros
e carreguei os sonhos para parte incerta.
Se me perguntarem o que sobrou de mim,
um espaço despido
nas ranhuras da mão,
um voo nos bolsos
e o amor a uma distância incalculável.
Maria da Fonte