sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Na folha pálida
pouso as linhas largas
sem o rigor de tudo o que é suposto,
e de improviso deixo cair os traços,
como se fossem riscos em cascata
ou rugas soltas pendentes do teu rosto.

Depois, avó, entorno as tintas todas
na mancha branca que ainda me couber,
puxo o teu cheiro manso com as mãos,
procuro avidamente a tua voz
e abro uma frincha de luz
para te ver.

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