
Eu sou a porta
entreaberta
das paredes
onde habito
entre o que me morre
em mim
e o que quebra
o infinito
o recorte
do que sobra
entre um
e o outro lado
a precisão
dos sentidos
num ponto
já desfocado
o voo
de cada qual
na falta
de algum voar
onde a palavra
se demora
entre
o ir e o chegar
e é de porta
entreaberta
que eu amo
baixinho tudo
desde as vertigens
da alma
às sombras
rasas do mundo
Maria da Fonte
Imagem da Internet