O meu povo,
Aninhado na vergonha
E na dor
Que, como a fome, prolifera,
Já não come,
Já não dorme,
Já não sonha,
Jaz prostrado à sombra
Doutra era.
E ao leme do meu país,
O comandante navega
Por entre um mar de gente,
Corta ondas de sangue,
Avança veloz,
Hasteia impaciente
A sua sorte,
Alardeia aos sete mares
A nossa morte.
No regresso da viagem,
Vem mais leve,
Traz a bordo a sombra
Da nação.
O povo, esfaimado,
Nada pede,
É submisso
À voz do capitão.
E se houvesse
No meu país uma outra voz,
Mais terrena,
Mais maciça,
Mais real,
Que plantasse em cada olhar
Uma vitória,
Que erguesse em cada punho
Portugal,
Que escrevesse em cada alma
Outra história?
Maria da Fonte
segredosdoaltar.blogspot.com
Minha querida1
ResponderEliminarO teu poema de hoje tem a força de um terramto1
Tanto de belo como de espanto!
Olha manela! agora peço-te: não mais um poema!
Muitos, muitos poemas!
Fantástico!
Abraço, querida
Adorei!
ResponderEliminarBelo!
Quanta força!
Tanta poesia!
Abraço !