terça-feira, 25 de novembro de 2025

 

À noite,

escorrem-me pelas paredes

pensamentos carregados de pelo,

orelhas pontiagudas

e finas membranas entre os dedos.

 

À noite,

ombro a ombro comigo,

quando nem o coração

enche o meu quarto vazio.


 Maria da Fonte

sábado, 15 de novembro de 2025

 

 

Não importa à liberdade

o peso da tua roupa,

a tempestade da voz,

ou o olhar visceral.

 

Que a liberdade não traz

os números de uma balança,

nem o veludo das formas,

nem lâminas luminosas,

nem ouvidos de metal.

Maria Da Fonte

Monumento à Liberdade, de Jorge Vieira



sexta-feira, 14 de novembro de 2025

 

Para a velhice,

fiz os pássaros mais rasos.

 

Sou quase nuvem,

e há quem diga por aí que agora

só preciso de erguer uma gaiola.


Maria da Fonte