sábado, 9 de maio de 2020







Não sei a que livros roubei

as âncoras   e os abraços, que barco eu desenhei

no orvalho do meu rosto e o que agarrei aos mastros.

 

Não sei que pilhagens fiz e onde ajustei o perigo,

em que margens atraquei, que palavras contornei,

que carga trouxe comigo.

 

Não sei se foram os ventos ou as correntes primeiro,

nem sei se o barco que fiz me deu cadastro sequer

de pirata ou marinheiro.

 






Maria da Fonte

Imagem retirada da Internet

2 comentários:

  1. Boa noite Maria,
    Que poema tão belo, tão bem construído.
    Gostei muito.
    Beijinhos e bom domingo, com saúde.
    Ailime

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  2. "...nem sei se o barco que fiz me deu cadastro
    sequer
    de pirata ou marinheiro."
    Eu coisa eu sei: deu-lhe, com toda a certeza, cadastro de poeta.

    Abraço :)

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