quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Identidade



Eu sou a porta
entreaberta
das paredes
onde habito
entre o que me morre
em mim
e o que quebra
o infinito

o recorte
do que sobra
entre um
e o outro lado
a precisão
dos sentidos
num ponto
já desfocado

o voo
de cada qual
na falta
de algum voar
onde a palavra
se demora
entre
o ir e o chegar

e é de porta
entreaberta
que eu amo
baixinho tudo
desde as vertigens
da alma
às sombras
rasas do mundo

Maria da Fonte
Imagem da Internet

1 comentário:

  1. Excelente poema, gostei imenso.
    Maria da Fonte, tem um bom resto de semana.
    Beijo.

    PS: já há muito tempo que aqui não vinha... perdemo-nos algures no tempo... mas gostei de voltar.

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