terça-feira, 14 de junho de 2016

Os olhos moram em todos os lugares



E cabe no teu gesto
de cimento
um não sei quê de medo
e de muro.

Para quem vem de longe,
as horas ficam
no teu gemido
raso a quase tudo.

As noites pintam-te o sono
a fundo negro.
O frio embala-te o corpo,
se ficares.


Os dias sulcam
Os trilhos do teu rosto.
Os olhos moram
em todos os lugares.

Maria da Fonte
Imagem da internet