sexta-feira, 15 de abril de 2016

Doutor


Doutor é aquilo que sou.
Sou doutor e pouco mais,
O nome que alguém me deu
E as impressões digitais.
Acima ponha doutor,
Ao meio ponha outra vez.
Encolha mais, por favor,
Os nomes de quem me fez.
Já me pediu o retrato,
O dedo da minha mão.
Agora, tanto aparato!
Sem doutor, não há cartão!
Não grite, não vale a pena,
Pois…que doutor cabe bem.
Faça a letra mais pequena
E corte o nome da mãe.
Agora já está melhor,
Mas se fossem garrafais...
Alguns não sabem de cor.
Corte o nome dos dois pais.
Já posso sair em paz,
Mas olhem que custou tanto.
Alto! pois volto atrás,
Deixei uma linha em branco.
Fale mais baixo, mulher,
Não disse, porque não vi.
Doutor não é de quem quer,
Ponha mais doutor aqui.

Maria da Fonte
Imagem retirada da Internet


2 comentários:

  1. Sensível poema!
    Amei ler amiga Maria!
    Abraços apertados!

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  2. Poema de ironia exacta
    dedicada
    a quem lhes falta a alma
    e lhes sobra gravata

    e um cartão
    para a devida ocasião

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