terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Esperança


Não te vás, Esperança.
Eu tenho medo
das horas que me pulsam
devagar,
da solidão gelada
dos abismos,
dos fantasmas que me prendem
o olhar.

Se me encolho no silêncio,
não te vás.
É tão longa a noite sem luar!
E entre a sombra do meu corpo
e o meu corpo
cabe a lenda
da bruma das manhãs.

Deixa que a terra cresça
em meu olhar,
ainda que o céu das aves
fique longe,
o declive do solo
me acobarde
e a mão vá chegando
sem chegar.


Maria da Fonte

3 comentários:

  1. Há mão dentro de nós e, acima de tudo, há as mãos que vamos semeando...
    As cumplicidades também chegam, mas por acréscimo.

    Um beijo :)

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  2. Há um caminho para se fazer...sem medo e com muita esperança.
    Feliz 2015.
    Bj
    Graça

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