terça-feira, 19 de agosto de 2014

Jesus



Jesus, que moldura
se esconde em teu olhar?
Que céu cinzelado
tu seguras?

Em que folha te traço?
que rasuras?
E em que parte
me deixo ali ficar?

Não me peças
um lado, arrefeço.
E a linha que tu és
gela-me o chão.

Faz-me crer, Jesus,
na folha em branco,
sem as margens
que percorro com a mão.

E se o céu que tu levas
é inteiro,
o teu rosto não pode
ser metade .

Diz-me, Jesus,
do chão que tu pisaste.
De que traços se fez?
De que vontade?

Não sei, Jesus! Não sei!
Nasce outra vez,
em parte alguma,
talvez em toda a parte.

Diz-me que és linha
inteira que se fez
em folha branca, Jesus.
Quero guardar-te.

Maria da Fonte
Imagem da internet

3 comentários:

  1. Eu creio que em Ponte de Lima existe uma estatua da Maria da Fonte!


    http://fali-vendo-me.blogspot.com

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  2. Que bela poesia, Maria...Gostei muito!
    Beijo e apareça.

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  3. Apesar de eu ser agnóstico, gostei do teu poema.
    É excelente.
    Tem um bom domingo e uma boa semana.
    Beijo, querida amiga Maria da Fonte.

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