sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Nos meandros da loucura

















Dizem-me louca por desnudar a alma,
deambular por aí grandes monólogos.
E eu olho-os debaixo de mim, assim fugaz...
tão indiferente, tão distante, tão serena.
Manietada?! Não sei viver! Não sou capaz!
Antes ser louca, sim, mas ser plena!
Não posso! Não quero! Não sei ser só metade!
Só sei ser eu à margem do senão.
A insânia em constante erupção,
afrontando os preceitos da verdade.
E sei ter asas, ser quadrúpede, rastejante…
dilacerar os dias num instante,
sem talheres, etiquetas…pulcritude.
E o que é a razão, sem a plenitude?
Digam-me lá, detentores da certeza!
É ser bípede, comer a uma mesa…
Julgar-se, quem?! Dono da virtude?!

E vocês sabem lá o que há de mais certo!
Pois… a morte do idiota e do esperto.
Com uma grande diferença, é sabido:
o esperto só viveu a morte;
o idiota morreu por ter vivido.

Texto: Maria da Fonte
Imagem: Mark Freedom



8 comentários:

  1. e o poeta vive para dizer
    que acredita...

    gostei do teu blog estou seguindo.

    bjos

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  2. Amiga,
    Excelente poema!
    Que a sua alma de enorme poeta continue a gritar a verdade nua e crua!
    É preciso acreditar que vamos vencer esta amarga realidade.
    Um beijinho.

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  3. A loucura de viver sempre em plenitude contrariando todos os códigos de conduta.
    Ser feliz porque se ama e se vive livre de amarras.

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  4. Olá,

    Gostei muito desse poema, forte e intenso!

    Obrigada pela visita

    Saudações

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  5. Ser poeta é ser o grito que os outros ainda abafam.
    Ver o que ainda não é visto.
    E tens o dom raro da poesia de uma certa intervenção, mas muito mais contida. Aí está a tua enorme sensibilidade poética!
    Fantástica Man.
    Aquele enorme abraç

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  6. Sábias palavras, Maria da Fonte: O esperto só viveu a morte/O idiota morreu por ter vivido. Meu beijo.

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  7. Abençoada loucura, que germina tão bela poesia.
    Soberba.
    Minha querida, estive três semanas em P. de Lima. Pensei em telefonar mas com tanto trabalho não deu. Foram uma férias para esquecer. Em Outubro volto e ligo para tomarmos um cafezinho:)
    beijinho e uma flor.
    Tecas

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