quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Mundo em branco
Ontem saí por aí de saltos altos,
lábios rasgados num sorriso inteiro,
corpo liberto de algemas,
coração a mendigar um abraço franco.
Cruzei multidões espargidas em corpos disponíveis,
ruas seduzidas de vícios,
bares entupidos de beijos,
copos empilhados de delírios,
lábios manietados à excentricidade do sorvo,
olhares parados,
braços ressequidos de afetos,
desejos mascarados,
corpos em ruínas.
Um mundo disponível,
onde eu chegava e tudo me chegava.
Um mundo em branco, ilegível,
onde o meu abraço franco se apagava.
Maria da Fonte
Imagem retirada da internet
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Amiga, excelente poema!
ResponderEliminarE o mundo está assim tão cheio de "tudo" mas vazio do essencial.
Um beijinho.
Ailime
Olá amiga, um mundo de tanto, tão magoado e onde a sua alma não se encaixa. Ás vezes para se ser feliz, basta um pequeno nada, mas visto aos olhos de alguém. Pena que hajam tantos "cegos". Adorei o seu poema. Beijos com carinho
ResponderEliminarPor vezes precisa-se de tão pouco...e um abraço sabe tão bem.
ResponderEliminarE aqueles abraços que fazem os ossos estalar?
Gostei.
Beijinhos
Irene