quarta-feira, 16 de maio de 2012

Miragem



Subo os dias
dos dias que se vão,
sem escada, degraus ou corrimão.
Componho a vida
de notas musicais,
e que sei de Mozart, Vivaldi,
Chopin, Strauss, Bach, Verdi
e tantos, tantos mais?



O que conheço dos astros
é tão pouco.
O que ouço dos ventos
é quase nada.
O que escrevo nos livros são miragens
de uma vida fugaz
despenteada.






Não sou músico, nem poeta,
e nem sou mudo.
Sou um misto de verdade
e de mentira,
que, ao som do piano
e da lira, lança ao vento
um punhado
do meu mundo.

Maria da Fonte
O poeta e o anjo, Mário Eloy

5 comentários:

  1. Olá minha querida amiga!
    Lindo este poema, que juro pensei que fosse teu!
    Subindo os dias, descendo tardes o que importa é andar enquanto a esperança e o sonho nos acompanhar...
    O livro? Não sei Manelinha, mas se te disser que são escritos antigos e que têm menos a ver com o atual, verificarás que é verdade exceto a última parte.Não me completa, embora fraficamente ache que ficou com muito gosto. espero pelo teu!
    Grande abraço

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    1. Olá, Manuela.
      O poema é meu, de facto.
      Um beijinho grande

      P.S. O livro ficou muito lindo e eu espero um próximo.

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  2. Olá Maria!
    Acabei de chegar e adorei tudo e vou voltar sempre com meu marido pata bebermos de sua poesia...beijinhos no coração

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  3. Todo piano é energia, mas nem todo livro humilha, esse seu poema contendo um ponto de vista é interessante como sugestão de tema para palestras:) Um abraço, Yayá.

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  4. Amiga, que extraordinário poema! Qua na música encontre sempre essa sublime inspiração para continuar a a escrever de forma tão bela a sua poesia.
    Beijinhos,
    Ailime

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