quinta-feira, 1 de março de 2012

Grito




















Suspendi
o horizonte
no meu grito
amortalhado
por ventos
adversos.

Cerrei
na minha voz
o infinito
de planos
de sentidos
dispersos.

Esvaído
em sangue
o meu pavor
contaminei
o sol
que morria.

Manchei
de vermelho
a minha dor
Matei a comunhão
que aqui
jazia.

No sufoco
sinistro
do agora
sou a sombra
do grito
que em mim mora.

Maria da Fonte

Este texto faz parte da antologia «Entre o sono e o sonho»

3 comentários:

  1. Maria,

    Por vezes, a dor também gera poemas,


    Lindo e triste,

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  2. Realmente, poema bem interessante para estar em tão bela obra.

    Parabéns

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  3. Entre desesperos e desassossegos, alguma réstia de luz vamos conseguindo vislumbrar.
    Gostei.

    Bj

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