segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ladrão de sonhos
















O escravo vai nu 




e algemado
sob o olhar
de quem
dita o querer
o sonho
ofereceu-o
obrigado
ao carrasco
que o guia
no poder
sem sonho
sem força
sem condição
é o eco
a sombra
do ladrão




o ladrão vai nu




e eriçado
ostentando
o troféu
e o dizer
o pudor
ofereceu-o
ao escravo
que o deixou
subir tão alto
no querer




os dois vão nus



e agitados
por caminhos
alarmantes
e medonhos
o primeiro
por se deixar
roubar
o segundo
por ser ladrão
de sonhos

Texto: Maria da Fonte
Tela: Salvador Dali

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