quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Avô






Avô, há uma parte da história que não lembro.
Vem cá baixo contar-ma…espero por ti.
Tudo continua como antes,
só o lado esquerdo do meu quarto está vazio…
Foste embora, Avô, e nem um bilhete me deixaste.
Eu sei…mas tu podias ter pedido a alguém para o escrever.
Não o fizeste, porquê? Estavas zangado comigo
por eu acreditar que os lobos comem meninos?
Vem, Avô. Quero dizer-te que eu acredito em ti,
mesmo quando não te entendo…
Quero dizer-te que não consigo crescer…
e tu, Avô, prometeste fazer de mim um homem…
Não me deixes! Não me deixes, Avô!
Ensina-me primeiro a construir as minhas asas,
E pede a quem te levou que deixe vazio o lado esquerdo do teu quarto.
Depois, só depois, poderás partir.
Eu prometo que todas as noites te visitarei
para te dizer: Avô, eu acredito em ti.

Maria da Fonte

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